Paralelos Mario X Sonic #1 – Âmbito geral

Depois de vários comentários em artigos anteriores, falando sobre a relação entre Mario e Sonic, resolvi fazer uma série analisando tudo o que for possível entre esses dois ícones dos jogos de plataforma. Falta do que fazer? Talvez. Desfile de asneiras? Talvez também. Portanto, se pra você esse assunto é uma amolação, meu conselho é Alt+F4.

Tempo desses, comentando sobre games com um garoto de uns 14 anos, ele ficou surpreso ao saber da rivalidade que um dia existiu entre Sonic e Mario. E o verbo é nessa conjugação mesmo, o passado. Sonic e Mario não são mais rivais porque é bem mais lucrativo para todos os envolvidos – no caso, a Sega e a Nintendo. A Sega, que parou de fabricar consoles, se viu tendo que fazer seus jogos serem multiplataforma, o que resultou em vários títulos (não apenas os de Sonic) sendo lançados ao mesmo tempo em Wii, PlayStation e Xbox. Sonic Colours chegou à surpreendente situação de ser vendido exclusivamente em consoles Nintendo (Wii e o portátil DS). Os mais jovens podem estranhar, mas quem tem 20 anos ou mais sabe que, nos anos 1990, seria inimaginável ver um jogo da Sega rodando num console Nintendo – já um jogo da Nintendo rodando num console da Sega, é impossível mesmo, RIARIARIARIARIARRRRRR (tá, parei).

O fato é que, embora não tenha ficado na corda bamba como a Sega, nem a Nintendo vive mais os momentos de glória do passado. Não é uma empresa à beira da falência (ainda bem, pois eu gosto da Nintendo), mas muito de seu público não está mais empolgado com seus produtos. Levando tudo isso em conta, as duas empresas resolveram unir o hype ao agradável, vindo a criar um jogo Sonic & Mario nas Olimpíadas de verão de 2008 (Pequim). Não sei se foi um fenômeno de vendas, mas foi, pelo menos, um fenômeno de comentários. Até porque, quem estava na internet, nos fóruns nerds da vida lá pelas idas de 2004, de vez em quando lia (ou escrevia) coisas do tipo “já pensou que louco um encontro de Mario e Sonic”? Mal sabíamos que isso viria a acontecer um dia, e a surpresa foi inevitável – o departamento de marketing agradece...

E o fato é que o tal jogo Sonic & Mario ganhou uma versão para as Olimpíadas de Inverno de 2010 (Vancouver) e, novamente, as Olimpíadas de Verão de 2012 (Londres). Chega, né? Do lado de cá, gamers e game lover só pensam “ah, legal, eles não são inimigos, mas e aí?”. Apesar dessa disputa de “qual dos dois é o melhor” ter povoado a mente fértil de muita criança nos anos 1990, hoje em dia já se sabe que Sonic e Mario pertencem a mundos bem diferentes (como será dito durante os outros artigos da série).

Não foi a primeira vez que a Nintendo deu às mãos com um concorrente e cantou “Somos amigos, amigos do peito, amigos de uma vez ♫”, um caso bem semelhante aconteceu quando Digimon – da Toei Animation –, rival ferrenho à época da explosão Pokémon – da Nintendo – , passou a ter seus games a rodar em consoles Nintendo. É claro que, aí, a Nintendo já havia percebido a diferença estrutural entre as duas coisas (apesar de Digimon ser uma cópia descarada e quase assumida de Pokémon). Eu, sinceramente, achava a trama do anime Digimon muito mais interessante que a de Pokémon, mas o legado deixado por esse último foi bem maior (todo mundo reconhece uma Pokébola, mas quem reconhece um Digivice?). Nos games não poderia ser diferente.

Calma, GALËRO... isso aqui é só uma "fan-capa". Encontrei aqui ó.

A história entre Sonic e Mario é diferente, nesse caso, porque a franquia Sonic ainda vive uma situação melhor que a franquia Digimon. O que talvez falte a Sonic seja mais sorte, principalmente em seus spin-offs (um game do Luigi tem mais apelo comercial do que um do Tails, vamos combinar!). Se a rivalidade Sonic x Mario acabou, é interessante que cada um, de cada lado, comece a aprender com os erros e acertos do outro (um exemplo bom disso será dado na parte 3 dessa série). Aprender nunca é demais.