E se Pokémon Go tivesse sido lançado nos anos 90?
O anúncio feito de supetão pela Nintendo e pela The Pokémon Company alguns dias atrás estremeceu o mundo gamer. Com lançamento marcado para 2016, Pokémon Go promete transformar qualquer pessoa em Ash Ketchum.
O vĂdeo de divulgação, já assistido mais de 10 milhões de vezes em menos de 5 dias, Ă© bem enfático: vocĂŞ vai poder capturar pokĂ©mons no mundo real, atravĂ©s de um sistema de realidade aumentada combinado com GPS, bluetooth, LSD e bruxaria (sĂł pode!).
O mais irônico da história é que Pokémon Go será o jogo que mais se aproximará da dinâmica do seriado de desenho animado, ou seja, vai transformar cada um de seus jogadores em treinadores Pokémon. Nunca antes na historia desta franquia a música de abertura "se você quer ser um mestre Pokémon, ser de todos o melhor, o número um" fez tanto sentido.
Em 2016, a franquia Pokémon completará 20 anos (o lançamento do game faz parte das comemorações). Se voltarmos esses 20 anos, veremos uma realidade completamente diferente. Já teve jogo dos monstrinhos de bolso lançado para Game Boy em preto e branco. PRETO E BRANCO.
A década de 1990, vamos combinar, não é para qualquer um entender. Enquanto Donkey Kong Country surpreendia numa ponta do mercado, na outra, Nintendo pagava um micão homérico com o Virtual Boy. Se alguém chegasse naquela época trazendo algo semelhante a Pokémon Go, o barulho seria como o daquelas pessoas gritando enlouquecidas ao jogar truco.
Nem de longe se passava perto disso. Smartphones eram ficção cientĂfica. Nem celulares comuns eram populares ainda, e ninguĂ©m imaginava qualquer convergĂŞncia entre telefonia e videogames.
Mas, correndo por fora, existiam os chamados "bichinhos virtuais", cujo precursor foi o Tamagotchi, lançado pela Bandai em 1996 - mesmo ano do lançamento de Pokémon. Preste atenção nesse filão de mercado, pois eles ainda existem. Estão, principalmente, nas barraquinhas de camelô, e, comumente, custam menos de 10 reais. Nem sempre foi assim.
No final dos anos 1990, quando viraram febre, os bichinhos virtuais chegaram a ser proibidos em escolas. Como exigiam cuidado em tempo integral, com hora certa para acordar e dormir, além de necessidades como alimentação, vacinação e até carinho, as crianças que jogavam esse aparelhinho praticamente se tornavam reféns, e precisavam levá-los aonde quer que fossem.
O Tamagotchi cabia no bolso. E cada dispositivo carregava um único bichinho. Mais ou menos como uma... POKÉBOLA!
Sim. A semelhança conceitual é gritante. E não dá para acusar a Nintendo de não ter aproveitado disso. O Pokémon Pikachu (ou Pocket Pikachu), cuja segunda geração interagia com os jogos Pokémon Gold, Silver e Crystal, foi aonde a Nintendo mais longe chegou nessa história de bichinhos virtuais. Ainda assim, o "tamagotchi do Pikachu" não vinha com a possibilidade de se jogar com nenhum outro Pokémon.
As duas tecnologias seguiram caminhos diferentes. Os portáteis da Nintendo caminharam para um lado, com muito sucesso, leia-se, e agora desembarcam nos celulares, depois de muita pressĂŁo. Os bichinhos virtuais tambĂ©m ganharam versões para celular, embora sejam parte de uma demanda mais retrĂ´. A Ăşnica evolução dessa parte foi o surgimento de fenĂ´menos como Pou (se bem que Ă© difĂcil apontar Pou como evolução de alguma coisa, nĂ©...).
A Pokébola também terá sua versão high tech, em Pokémon Go. Será o dispositivo Pokémon Plus, cuja compra será opcional, e servirá, entre outras coisas, como detector de Pokémons.
O que leva a crer que, afinal, a resposta Ă pergunta do tĂtulo seja essa: se PokĂ©mon Go tivesse sido lançado no fim da dĂ©cada de 1990, quando a franquia era uma febre mundial, sua dinâmica, provavelmente, incluiria o Game Boy e alguma tecnologia evoluĂda a partir do Tamagotchi.
Teria sido difĂcil, mas nĂŁo tĂŁo impossĂvel, mesmo com a tecnologia da Ă©poca. Poderia, talvez, atĂ© ter sido caro demais para ser viável. Teria tido aqueles 64 ou 128 bits da Ă©poca, teria sido uma loucura, teria sido divertido ver pessoas procurando PokĂ©mons no meio da rua, teria sido muita, muita coisa!
Felizmente, esta Ă© uma diversĂŁo que nĂŁo demoraremos a ter!
Imagens: Wareable / MissingThe90s.com / Wikipédia / Divulgação
Charizard selvagem no vĂdeo de divulgação de PokĂ©mon Go. |
O vĂdeo de divulgação, já assistido mais de 10 milhões de vezes em menos de 5 dias, Ă© bem enfático: vocĂŞ vai poder capturar pokĂ©mons no mundo real, atravĂ©s de um sistema de realidade aumentada combinado com GPS, bluetooth, LSD e bruxaria (sĂł pode!).
O mais irônico da história é que Pokémon Go será o jogo que mais se aproximará da dinâmica do seriado de desenho animado, ou seja, vai transformar cada um de seus jogadores em treinadores Pokémon. Nunca antes na historia desta franquia a música de abertura "se você quer ser um mestre Pokémon, ser de todos o melhor, o número um" fez tanto sentido.
Cenas do vĂdeo de divulgação ainda nĂŁo deixam claro como funcionará o PokĂ©dex. |
Em 2016, a franquia Pokémon completará 20 anos (o lançamento do game faz parte das comemorações). Se voltarmos esses 20 anos, veremos uma realidade completamente diferente. Já teve jogo dos monstrinhos de bolso lançado para Game Boy em preto e branco. PRETO E BRANCO.
A década de 1990, vamos combinar, não é para qualquer um entender. Enquanto Donkey Kong Country surpreendia numa ponta do mercado, na outra, Nintendo pagava um micão homérico com o Virtual Boy. Se alguém chegasse naquela época trazendo algo semelhante a Pokémon Go, o barulho seria como o daquelas pessoas gritando enlouquecidas ao jogar truco.
Nem de longe se passava perto disso. Smartphones eram ficção cientĂfica. Nem celulares comuns eram populares ainda, e ninguĂ©m imaginava qualquer convergĂŞncia entre telefonia e videogames.
Mas, correndo por fora, existiam os chamados "bichinhos virtuais", cujo precursor foi o Tamagotchi, lançado pela Bandai em 1996 - mesmo ano do lançamento de Pokémon. Preste atenção nesse filão de mercado, pois eles ainda existem. Estão, principalmente, nas barraquinhas de camelô, e, comumente, custam menos de 10 reais. Nem sempre foi assim.
Tamagochi: já fez o inferno para muito professor nos anos 1990 e 2000! |
O Tamagotchi cabia no bolso. E cada dispositivo carregava um único bichinho. Mais ou menos como uma... POKÉBOLA!
Sim. A semelhança conceitual é gritante. E não dá para acusar a Nintendo de não ter aproveitado disso. O Pokémon Pikachu (ou Pocket Pikachu), cuja segunda geração interagia com os jogos Pokémon Gold, Silver e Crystal, foi aonde a Nintendo mais longe chegou nessa história de bichinhos virtuais. Ainda assim, o "tamagotchi do Pikachu" não vinha com a possibilidade de se jogar com nenhum outro Pokémon.
As duas gerações do "Tamagotchi do Pikachu". |
As duas tecnologias seguiram caminhos diferentes. Os portáteis da Nintendo caminharam para um lado, com muito sucesso, leia-se, e agora desembarcam nos celulares, depois de muita pressĂŁo. Os bichinhos virtuais tambĂ©m ganharam versões para celular, embora sejam parte de uma demanda mais retrĂ´. A Ăşnica evolução dessa parte foi o surgimento de fenĂ´menos como Pou (se bem que Ă© difĂcil apontar Pou como evolução de alguma coisa, nĂ©...).
A Pokébola também terá sua versão high tech, em Pokémon Go. Será o dispositivo Pokémon Plus, cuja compra será opcional, e servirá, entre outras coisas, como detector de Pokémons.
Pulseira com Pokémon Plus, dispositivo que lembra uma Pokébola. |
O que leva a crer que, afinal, a resposta Ă pergunta do tĂtulo seja essa: se PokĂ©mon Go tivesse sido lançado no fim da dĂ©cada de 1990, quando a franquia era uma febre mundial, sua dinâmica, provavelmente, incluiria o Game Boy e alguma tecnologia evoluĂda a partir do Tamagotchi.
Teria sido difĂcil, mas nĂŁo tĂŁo impossĂvel, mesmo com a tecnologia da Ă©poca. Poderia, talvez, atĂ© ter sido caro demais para ser viável. Teria tido aqueles 64 ou 128 bits da Ă©poca, teria sido uma loucura, teria sido divertido ver pessoas procurando PokĂ©mons no meio da rua, teria sido muita, muita coisa!
Felizmente, esta Ă© uma diversĂŁo que nĂŁo demoraremos a ter!
Imagens: Wareable / MissingThe90s.com / Wikipédia / Divulgação
E se Pokémon Go tivesse sido lançado nos anos 90?
Reviewed by Enki Jr.
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