Assim como "Senhora Volta Aqui", esses 6 jogos foram inspirados em fatos midiáticos

Uma funcionária fantasma é apanhada com a boca na botija por uma repórter. Decide correr. A repórter corre atrás. Esse roteiro repetido no YouTube à exaustão, inspirou a criação de outro grande sucesso dos jogos casuais: o game Senhora, Volta Aqui.

Não é a primeira vez que um fato midiático se torna hit, tampouco é uma novidade que tenha se convertido num game. Provavelmente, também não será a última. Separamos aqui outros 6 jogos que nasceram de fatos e personagens da vida real e foram parar na linha do tempo dos games (contra a vontade de seus protagonistas, diga-se de passagem).

#6. The Prison Life: Paris

A socialite, atriz (!?) e cantora (!!!???) Paris Hilton teve seus dias de Orange Is The New Black em 2007. Condenada a alguns dias de xilindró, a herdeira do famoso conglomerado de hotéis não escapou da zoeira pública, que foi desde o museu de cera Madame Tussauds que vestiu sua réplica com uma roupa de presidiária, até o game em flash The Prison Life: Paris.

Paris já esteve nas páginas policiais por várias vezes, por razões diferentes. Nessa, em especial, ela se encrencou por dirigir alcoolizada. Baseados nisso, os criadores do game sobre ela puseram-na para estampar placas de carro.

O jogador tinha que aplicar o código certo na placa certa, e evitar que a prensa pegasse Tinkerbell, o cãozinho de Paris Hilton - sim, nem ele foi poupado.

A não ser no submundo da internet, o game não está mais disponível.

#5. Jogo do Tiririca

O humorista Tiririca não vivia os melhores dias de sua carreira quando virou febre na internet, no ano de 2010. Na ocasião, ele se candidatou a deputado federal pelo Partido da República de São Paulo, e o resto da história você conhece.

Já eleito, em 2011, Tiririca se tornou protagonista de um jogo desenvolvido pela Iterum Game Studio.

Nada de touchscreen. Feito para computadores, o controle era através do teclado mesmo...

Alinhado ao tradicional conceito do jogo de plataforma, Tiririca deveria pular e se esquivar de perigos (destaque para tucanos e estrelas vermelhas perigosíssimas), coletar itens como laranjas e chapéus coloridos, e... bem, até políticos zumbis havia no game!

Seu cenário inicial era a caatinga nordestina, mas outros cenários como uma caverna também faziam parte do jogo.

O maior foco de sucesso do jogo foi o Orkut, que ainda era a rede social mais acessada por brasileiros. Também o Facebook hospedou o jogo. Atualmente, o que não faltam são sites onde você pode baixar ou jogar essa maravilha online.

Ao fracassar no jogo, você dava de cara com essa piadinha infame. O tempo passou, Orkut e Restart não existem mais, mas Tiririca vai bem e foi até reeleito.

#4. Vanessão na BR

Essa "moça que prefere ser chamada de moça" ficou muito famosa na internet após aparecer numa reportagem policial. Ali, após um desentendimento com o cliente (ela era travesti de programa), Vanessão teria destruído a moto do mesmo a tamancadas.

Imagem que marcou uma geração!

Esse brilhante conjunto da obra inspirou, em 2009, a criação de um jogo simples, mas de sucesso arrebatador. Em Vanessão na BR, o objetivo do jogador era controlar a célebre travesti e fazer com que ela atirasse tamancos em direção a motos que trafegam pela BR.

E você nem precisava gastar 20 reais!

O jogo foi criado e hospedado inicialmente no site NadaContra.com, que não está mais no ar.

#3. Clinton Fucker

O game sobre Bill Clinton, presidente dos Estados Unidos à época de seu lançamento, é, provavelmente, um dos primeiros jogos inspirados em fatos midiáticos a fazer algum barulho.

Ele foi lançado no começo dos anos 2000, época em que computadores e internet ainda não haviam se tornado tão populares ainda - inclusive nos Estados Unidos.

O jogo foi inspirado no escândalo com Monica Lewinski, uma estagiária da Casa Branca que afirmava ter mantido relações sexuais com o presidente - o que foi confirmado, mais adiante. Clinton correu, inclusive, o risco de sofrer um impeachment por causa desse escândalo.

Amor que fica (ou algo assim...)

Em Clinton Fucker, a missão do personagem é, digamos... copular com toda e qualquer mulher que aparecer pela frente. Sim, é um jogo meio obsceno, por isso achei melhor não incorporar nenhum "vídeo explicativo". Se você quiser assistir um trailer dessa belezinha, clique aqui (+18)

Não existindo nada que lembrasse um Orkut ou um Google Play, o jogo rodava na internet mesmo. E num site próprio. Provavelmente, nunca gerou nenhum lucro a seus idealizadores - até porque a própria internet ainda não era nada lucrativa.

#2. Saddam Hussein Target Game

Até o estouro da Guerra do Golfo, em 1990, a imagem de Saddam Hussein era tão conhecida quanto a do presidente do Suriname. Com o fim da guerra, no ano seguinte, o então presidente George Herbert Bush (o Bush Pai) não conseguiu que Saddam fosse derrotado, mas acabou transportando seu desafeto iraquiano para a cultura pop dos Estados Unidos, ainda que de uma forma nada elegante.

Saddam Hussein Target Game é um jogo para computador de 1991. Basicamente um jogo de tiro ao alvo, foi desenvolvido de forma muito precária, até porque era muito raro que as pessoas comuns tivessem computador em casa.

O objetivo do jogo é acertar Saddam na foto. Mas apenas o Saddam. Acertar os arredores não dava ponto nenhum.

O ponto alto do jogo são as respostas/insultos de Saddam, proferidos a cada tiro. Podia ser um "você me pegou", um "você me pegou novamente, seu cão imperialista!", um "você errou", ou ainda, um "você errou novamente, isso é o máximo que você consegue?".

Um clássico trash. Mas um clássico.

#1. Hong Kong 97

Você já deve ter ouvido falar desse game. Ele já apareceu em incontáveis listas como "pior jogo de todos os tempos". Como se não bastasse isso, ele também é, provavelmente, o primeiro game da história a misturar fatos midiáticos com uma ficção muito louca, usando fotos alheias ao bel-prazer (rola até a de um defunto não identificado como tela de "game over").

Estúdio HappySoft: vida curta, mas eternizada pela tosquice.

De forma completamente alheia a autorizações de imagem, o jogo, produzido por um estúdio de fundo de quintal no Japão, tem Jackie Chan como protagonista. Ele está ali graças a um recorte tosco da capa do filme Detonando em Barcelona, e sua tarefa é dar fim a uma espécie de ciborgue desenvolvida a partir da cabeça de Deng Xiaoping, então secretário do Partido Comunista Chinês - isso, depois de já ter matado 1.3 bilhões (!!??) de comunistas, como afirma a tela inicial.

Concebido em 1995, o jogo vislumbrava o fim do tratado que fazia de Hong Kong um território britânico. Era esperado que a cidade-estado fosse devolvida pelo Reino Unido à China em 1997 - uma data futura, quando o jogo foi lançado. Curiosamente, Deng Xiaoping morreu mesmo em 1997! Não por obra de Jackie Chan, obviamente!