Adedonha, Uno, e outras versões online de joguinhos bem marotos que marcaram nossa infância e juventude

Todo mundo tem alguma lembrança de infância ou adolescência jogando com os irmãos, amigos ou primos aqueles clássicos do tabuleiro como Banco Imobiliário/Monopoly ou Imagem & Ação, ou rodadas intermináveis de Uno, ou ainda, jogos de improviso que são a cara do Brasil, como o famoso Stop. Nós fomos atrás das versões online dessas maravilhas da jogatina, e trouxemos nossas impressões para você.

• 4. “Adivinha o que é?”

Jogos de se desenhar algo e torcer para que os outros decifrem o desenho são muito comuns em reuniões de grupos de jovens, reuniões familiares, tempo livre da escola, games da televisão e outros acontecimentos afins. Partem da junção da habilidade de desenho de um dos jogadores – que, comumente, deixa bastante a desejar – com a habilidade de deduzir o que é um desenho – afinal, na mão de um mal desenhista, uma caneta pode fazer o mesmo desenho para um morango ou um abacaxi.

Dentre os jogos de tabuleiro que cumprem essa função se destacam o Imagem & Ação e o Pictionary. Na internet, por sua vez, quem mais se destaca é o site iSketch (www.isketch.net).

“EuSketcho”, um Pictionary livre da parafernalha de papel

Desde que foi fundado, em 1999, pouca coisa mudou no iSketch. O que houve de melhor foi a adição de mais línguas além da inglesa. Atualmente, também há salas em mais de 20 idiomas, incluindo o nosso Português do Brasil-sil-sil...




Pontos positivos:
- Configuração mínima necessária bastante acessível: qualquer navegador com um plugin de flash roda facinho.

- Possibilidade de jogar com os amigos.

- Ferramenta de desenho simples, semelhante ao Paint.

Pontos negativos:

- Possibilidade de grupos de trollagem: dois amigos entram numa partida e fazem desenhos que nada tĂŞm a ver com a palavra, enquanto compartilham a resposta certa por Skype, prejudicando os outros jogadores propositalmente. Sim, tem desocupado pra tudo nesse mundo.

- Necessidade de uma conexão de internet boa e que não oscile, pois se você estiver ganhando e sua internet “cair”, pode esquecer.

É bom saber:

Temos nossa versão nacional inspirada no iSketch. O Gartic, além de ser todo em português também têm interessantes diferenciais: galerias com desenhos de destaque, mural livre e salas temáticas em português bem mais movimentadas que as salas temáticas do iSketch.


•3. “Ú-NÔÔÔ!”

O jogo de cartas UNO é marca registrada da Mattel, e começou a fazer sucesso no Brasil na década de 2000, muito embora tenha sido criado nos Estados Unidos em 1971, por um barbeiro chamado Merle Robins. Sua dinâmica se assemelha ao Mau-Mau, mas seu baralho é completamente diferente do comum, sendo dividido em 4 cores: verde, amarelo, azul e vermelho, e contendo cartas incomuns como a de número 0 e as que obrigam os oponentes a comprar de 2 a 4 cartas.

Há várias versões de UNO online. Algumas exigem que você faça um cadastro – o que dá uma preguiiiçzZzZZZZzzz... – outras versões, como a do portal MSN, exigem que você entre com sua conta Microsoft e ainda instale o jogo em seu PC ou notebook, o que também dá certa fadigROOOONC. Se é pra baixar, melhor ir numa boa AppStore ou PlayStore da vida e baixar no celular ou tablet, que pelo menos é mais garantido!

A Gameloft oferece algumas versões de UNO para celular e tablet. Uma chamada simplesmente UNO é paga, mas outra chamada UNO & Friends é gratuita e cumpre muito bem o objetivo. Mas outras versões bem estranhas e duvidosas também pipocam entre as lojas de aplicativos – fica esperto!



Tem que gritaaaar!

Uma regra interessante de UNO, é que você precisa gritar “úúnôôô!” quando estiver com uma só carta na mão – ou seja, prestes a ganhar. Na internet isso ainda não foi tão bem resolvido. Alguns aplicativos têm um botão “say uno” que deve ser apertado obrigatoriamente, estando sujeito a receber cartas como penalidade, caso esqueça de fazê-lo. Outras versões simplesmente ignoram tal detalhe e deixam essa gritada no automático. A versão da Gameloft, em especial, se encaixa no primeiro grupo.

Pontos positivos:
- Você pode jogar com pessoas do mundo inteiro. Ou seja, se 4 da manhã você quiser jogar UNO online, ainda que quase ninguém esteja acordado em seu país, certamente haverá jogadores acordados noutro lugar.

- Possibilidade de jogar com os amigos da vida real ou do Facebook.

- Design dinâmico.

Pontos negativos:
- A necessidade de gastar certa variedade de moedas do jogo para iniciar uma partida acabará por te forçar a participar de torneios (onde se disputa uma quantia considerável de moedas), mesmo que não queira – ou comprar créditos com dinheiro de verdade, mas... bem, é claro que eles têm que fazer isso!

- Os torneios nĂŁo sĂŁo tĂŁo divertidos porque tĂŞm limite de dois minutos por partida, e muitas vezes o vencedor Ă© escolhido por ter menos cartas, em vez de nenhuma.

- Há um excesso de itens caça-níqueis, que te distraem do jogo principal.

É bom saber!
- Há versões “genéricas” do jogo, como o Luno, oferecido pela PlaySpace. “Pode isso, Arnaldo?”. Como dito anteriormente, UNO é marca registrada da Mattel, então não sei se realmente pode. Mas não é problema nosso.


• 2. “O estóóópêêê!”

Se você nunca disse isso na infância, é porque deve ter dito coisas semelhantes como “cai deeeedo!”. Stop (ou Uestope, Adedanha, Adedonha...) é um jogo muito conhecido em qualquer lugar do Brasil, apesar de cada região ter seus próprios nomes e rituais. Consiste em sortear uma letra do alfabeto e escrever nomes que começam com a dita letra, entre várias categorias (nome próprio, carro, cor, fruta, objeto, nome de filme, etc.). Quando um dos jogadores cita sozinho uma coisa (exemplo: na letra c, foi o único a escrever a cor “cinza”), ele ganha 10 pontos. Quando mais de um cita a mesma coisa, 5 pontos para cada. Se escrever uma palavra incorreta ou não escrever nenhuma, não pontua.

Embora tenha sido fundado em 2009, o site Stopots (www.stopots.com.br), que oferece uma versĂŁo online para o jogo, ainda Ă© pouco conhecido. Seus responsáveis sĂŁo os mesmos do Gartic – aquela nossa versĂŁo melhorada do iSketch. As partidas de Stop sĂŁo separadas de forma semelhante a salas de bate-papo e sua interface atĂ© lembra o finado MSN (Windows Live Messenger, whatever...). A letra Ă© sorteada pelo sistema.



Pontos positivos:
- Possibilidade de criar sua própria sala de Stop, contendo seus próprios temas personalizados, excluindo letras que pareçam difíceis, editando números de partida por rodada e assim por diante.

- Ao criar a própria sala, é possível atribuir uma senha de acesso. Com isso, dá pra jogar Stop online apenas com seus amigos!

Pontos negativos:
- Lembra que falei sobre ser “semelhante a sala de bate-papo”? Pois é. Isso tem saído um pouco de controle. Há usuários que já entram no Stopots afim de uma boa e velha safadeza, e alguns nicknames são tão obscenos como o que se vê no Bate Papo UOL. Ou seja, Stop pode até ser um jogo livre para todas as idades, mas o site anda meio... digamos... adulto.

- Depois de preenchidas as categorias, as palavras do Stop passam pela avaliação de todos os jogadores da sala. A pontuação vem a partir daquilo que os outros usuários consideram resposta correta. Disso derivam vários problemas:
1. Falta de conhecimento: se você conhece uma fruta com um nome difícil e outros usuários não a conhecem, eles podem não aceitar sua palavra, fazendo com que você não pontue, ainda que esteja certo.
2. Má fé alheia + sua desatenção: suponha que a letra seja “J” e um usuário respondeu “JMANAUS” no item “cidade”. Se você estiver com pressa, pode acabar aceitando a palavra e dando ponto a quem a escreveu, e quando perceber o erro, pode ser tarde demais (sim, aconteceu comigo várias vezes [snif, snif...]).
3. Má fé alheia + conchavo: aqueles mesmos amiguinhos trolladores que agem no iSketch podem agir no Stopots, recusando sua palavra de propósito, mesmo que ela esteja certa. É um comportamento lamentável e contra qualquer noção de fair play... mas acontece!

É bom saber!

O mesmo Gartic também já lançou versões online de Buraco e do Jogo da Forca. O Jogo da Forca também entra nessa de “versão online de joguinho maroto”, mas como não precisa jogar em rede, (e como bateu aquela preguiça de analisar) vamos pulá-lo – até porque há zilhões de versões do abençoado internê a fora.

1. “Não me iLudo...”

Ao contrário de UNO, o jogo Ludo não é marca registrada de ninguém. Ele deriva de um jogo indiano antigo conhecido como Pachisi. Por ser bem antigo, ninguém detém seus direitos autorais.

A PlaySpace (que já citamos aqui como produtora de “Luno”) tem uma versão muito interessante de Ludo para internet, que é quase igual a para tablets.



Pontos positivos:
- Assim como o UNO da Gameloft, o Ludo da PlaySpace é em rede com o mundo todo. Ou seja, sempre há quem possa jogar contigo.

- Interface ágil e sem poluição visual.

Pontos negativos:
- Necessidade de moedas virtuais para entrar em partida. Em uma dinâmica semelhante à de muitos jogos, troca-se a visualização de uma propaganda por algumas moedas virtuais, cumprindo o alvo mercadológico do aplicativo, mas te distraindo do que realmente importa - o jogo - podendo corroborar para sua perda de interesse.

- Mistura total de níveis: você pode enfrentar feras experientíssimas que sabem de todos os macetes, mesmo que seja um humilde jogador de primeira viagem – o que facilita que você leve surras homéricas e logo perca todo seu rico dinheirinho virtual.


Menção honrosa: Finger Twister, do DailyFree

Você deve se lembrar de Twister, aquele jogo que já foi febre mundial, que consistia em pôr pés e mãos sobre bolas coloridas de um tapete estendido no chão, criando posições profundamente constrangedoras. Há uma versão alternativa chamada “Finger Twister”, em que você faz os malabarismos com as mãos. Enfim, veja as fotos abaixo para entender os dois:




O estúdio DailyFree criou, em 2008, seu próprio “Finger Twister”, usando o teclado do computador em vez de uma superfície plana com bolinhas coloridas. O grande desafio aqui é fazer todo o contorcionísmo com as letras usando uma única mão, já que a outra deve ser usada para clicar no mouse e sortear a próxima letra.



Está longe de ser a melhor coisa do mundo, mas vale a pena pelo desafio.


Imagens:
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Adedonha, Uno, e outras versões online de joguinhos bem marotos que marcaram nossa infância e juventude Adedonha, Uno, e outras versões online de joguinhos bem marotos que marcaram nossa infância e juventude Reviewed by Enki Jr. on 9.12.14 Rating: 5

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