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Um mar de chatice separa a saudade do saudosismo

Sábado a tarde, guaraná, pipoca ou salgadinho ou batata Ruffles (ou ainda, Trakinas recheados), você e uns amigos jogando videogame de 8, 16, 32 bits. Bluetooth e sensores? Esqueça. O joystick era ligado ao console através de fios. A trilha sonora do jogo era totalmente feita com sintetizadores. Tema de Zelda executado por orquestra? Que nada! E quando dava bug no jogo, você tirava o cartucho e o assoprava.

Imagem por Goliath.com

Assim foi a infância e adolescência de muita gente. Muitos ainda jogam videogames, adoram as novidades, e têm especial carinho por aqueles jogos dos anos 1980 e 1990. Outros, ficam só com a primeira parte.

Tem um certo pessoal que parece lamentar que a linha de evolução dos games não tenha parado lá em Donkey Kong Country. Talvez nos primeiros jogos de Tomb Raider. Mas não se contentam mais com nada de novo que apareça.

Nenhum PlayStation presta além do primeiro, um XBox não vale mil Mega Drives e a Nintendo então, praticamente morreu.

Se você é assim, sinto avisar: você pode ter caído no vácuo do velho saudosista (e chato), dos mesmos que em 2005, diante do crescimento da fotografia digital, chorava pelo fim do filme. Ou aquele de quando as fotografias ficaram coloridas, que reclamaram que ela perderia a essência. Ou ainda, aqueles saudosistas que torciam o nariz para a fotografia, no século XIX, porque ela mataria os retratos.

Tudo bobagem. Você tem o direito de não gostar de "novidades" como o Kinect. De sentir tédio diante de um jogo com gráficos sensacionais, mas com histórias fracas e jogabilidade muito fácil. Muita gente não suporta isso!

Mas a história só vai para frente. Até tem uns momentos em que coisas parecidas se repetem, mas sempre é tudo novo. O 8 Bit não é mais falta de opção, virou escolha estética. O console que já não aceitava cartuchos, em breve nem disco aceitará. E talvez você tenha mesmo que parar um jogo para atender a uma ligação.

Não saia por aí chorando aos sete ventos que só os jogos antigos é que eram bons. Não que você não possa. Pode sim. Você é livre para reclamar do que quiser. Isto é só uma dica. Dou essa dica apenas porque você não vai encontrar tanta gente assim que concorde com você.

E também é bom você não se privar de nada. Ser "militante" da ideia que só os antigos eram bons pode acabar te tirando a liberdade de gostar de algum jogo atual e fascinante. E, sejamos sinceros, o mais importante quando falamos de games não é sua idade (pouca ou muita), mas sua capacidade de divertir.
Um mar de chatice separa a saudade do saudosismo Um mar de chatice separa a saudade do saudosismo Reviewed by Enki Jr. on 25.10.15 Rating: 5

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