O Wii foi um console “beta”?
MOMENTO
EXPLICAÇÃOZINHA SUPERFICIAL DO JORNAL HOJE: Na linguagem dos computadores,
usa-se o termo “beta” para indicar que um site, um programa ou um aplicativo
ainda não chegou à sua versão final. Ou seja, se um site é apresentado como
beta, é sinal de que seus idealizadores ainda estão mexendo em sua estrutura e
concepção.
Assim
sendo, o Wii, console lançado pela Nintendo em substituição ao Game Cube,
demonstrou durante sua história, que não vinha a ser um projeto fechado, e isso
veio a se refletir agora, na iminência do lançamento de seu sucessor, o Wii U
(que em 2011, diziam que seria lançado em abril de 2012, mas só está realmente
sendo lançado agora em novembro).
A
Nintendo pode ter pecado um pouco com alguns aspectos vanguardistas desse
console, a começar pelo Wii Remote (ou Wii Mote, controle do console). A ideia
era a de um controle de videogame que não parecesse ser de videogame, senão um
controle de televisão. Foi inovador de certa forma, mas não lançou tendência
para os seus concorrentes – Microsoft e Sony –, ao contrário do ocorrido com o
sensor do Wii – podem me apedrejar se acharem burrice o que vou dizer, mas ele
certamente é o embrião do Kinect. Pra completar, o Wii Mote ainda passou a
apresentar problemas de sincronização, levando a Nintendo a fazer o Motion
Plus, que apesar de ser vendido como “componente”, não passava de uma correção
de erro – o que foi percebido quando os novos Wii Motes vieram com Motion Plus
Inside.
Também
foi percebida uma tentativa de aperfeiçoamento quando a Nintendo resolveu fazer
calibragens do Wii Mote ao início do jogo. Percebi isto com os dois jogos que
vieram com o Wii assim que o adquiri: Wii Sports e Wii Sports Resort – o
primeiro, de 2008, o segundo, de 2010. Há, no jogo de 2010, uma função
obrigatória que não havia no de 2008, em que o jogador deve deixar seu controle
imóvel, para que ele seja “calibrado”, e isso parece não ter sido obedecido por
nenhuma outra produtora de games, já que joguei outros games de 2010 no Wii, e eles
não pediam por calibragem.
Seria,
realmente, necessária essa calibragem? Ou seria mais uma aposta da Nintendo
para consertar sua criação?
O
Wii Mote abriu um leque interessante de jogabilidade, usando-se de componentes
como o volante (Wii Wheel que, afinal, nem funciona tão parecido com um volante
assim), o taco de golfe, a pistola, a cinta para fitness e vários outros, que
eram feitos de uma estrutura oca, e apenas necessitavam de um Wii Mote em seu
interior, levando a uma relativa economia, principalmente se considerarmos que,
nos consoles antigos, por exemplo, comprava-se uma pistola completa só para os
jogos de tiro. Em relação aos jogos de dança e fitness, o Wii Mote levou uma
certa vantagem sobre o PlayStation, já que, neste último, fazia-se necessária a
obtenção de um tapete, mas acabou levando uma desvantagem monstruosa com o
lançamento do Kinect.
Kinect para XBox 360 (Foto: Canal Tech) |
Na
verdade, foi o lançamento do Kinect (componente do Xbox 360) que fez o Wii
deixar a posição de destaque que antes ocupava. Se, para jogar Just Dance no
Wii, bastava-se apenas ter o Wii Mote, e para jogar fitness bastava ter uma
cinta de fitness para acoplar ao Wii Mote, o jogador do Xbox 360 não precisaria
de absolutamente nada atrelado ao seu corpo! Ou seja, se lá em 2006 era
vanguarda participar, com o Wii Mote, de jogos onde não apertava-se nenhum
botão, apenas movia-se o controle pra lá e pra cá, com o advento do Kinect,
isto passou a ser obsoleto!
Não
há de se negar que o Wii fez sim sucesso (eu tenho um e não arrependo), mas foi
um console que apresentou várias características que precisaram ser
aperfeiçoadas com o passar do tempo. Algumas, foram aperfeiçoadas pela própria
Nintendo, durante o tempo de vida do console, outras, serviram como trampolim
para as concorrentes fazerem a festa! A Nintendo fez com que seus clientes
fizessem parte da fase de testes, quando todos pensávamos que tudo já estava
funcionando pra valer – e é por isso que tenho a ousadia de dizer que o Wii foi
um console beta.
O
fato é que o tempo acabou, e os períodos de “teste pra valer”, aparentemente,
já passaram. O Wii U chega agora, com uma proposta diferente da do Kinect, e
sem a pretensão de resolver os problemas do Wii – na verdade, até tem um clima
de 'deixa pra lá'. Com o Wii U, a pessoa poderá usar um componente, que não sei
se comparo com um minigame ou com um tablet (ou com as duas coisas) e, através
dele, atirar objetos de jogo que irão chegar à televisão. Também vai ser
possível jogar só nesse “tablet”, quando alguém estiver usando a televisão para
outra coisa.
Além
disso, o Wii U também tem um monte de funções, tais como filmadora que,
sinceramente, até me impressionaram quando vi o primeiro vídeo do console, no
primeiro semestre de 2011, mas após uma demora tão grande para ser lançado
desde seu anúncio, já não parecem mais ser tão inovadoras assim.
O
fato é que a Nintendo precisa se firmar. Acho pouco provável que ocorra a essa
gigante o mesmo que ocorreu à sua conterrânea Sega, que precisou parar de
fabricar consoles para continuar em atividade, mas o fato é que os videogames
da Nintendo já não são tão hypes assim, e isso podemos sentir em seus preços.
Na década de 1990, os consoles da Nintendo eram os mais caros, comprados só por
pais que queriam investir mais na diversão dos filhos. Mas os tempos hoje são
outros, e são muitas as pessoas maiores de 30 anos que compram videogames
atualmente – um cenário inimaginável àquela década – , e certamente, já
perceberam que os consoles da Nintendo passaram a figurar entre os mais baratos
– um Wii é mais barato que um Xbox 360 e um Playstatio 3, e ao que parece, não
haverá grande variação para o Wii U nesse aspecto.
Acho
bom que a Nintendo tenha consertado quaisquer erros identificados desde que
anunciaram o Wii U e agora, em que estão lançando, pois isto pode significar a
saúde da empresa.
O Wii foi um console “beta”?
Reviewed by Mestre Risada Forçada®
on
29.10.12
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