Não se desfaça do seu console

Ele pode valer muito no futuro.

Estamos na iminência do fim de mais uma geração de videogames e, com isso, chega a hora dos gamers e game lovers os dispensarem. Quem comprou um PS4, abandona o PS3 – talvez revenda por duzentão – quem comprou um Wii U, abandona o Wii, junta com o Game Cube que tava lá no fundo do baú, todo empoeirado, e dá pro tio da reciclagem, que passa com o carrinho na rua. Cuidado para não se arrepender por isso!

 

Poucos meses atrás, vi a reportagem de TV sobre um homem que montou uma espécie de museu itinerante do videogame. Ele tem praticamente todos os videogames formais, desde o primeiro que foi lançado, até o mais recente e, certamente, deve ter algum videogame informal também (tipo aquele PolyStation, Wü), ou ainda aqueles que não deram tão certo, tal como o Zeebo. O interessante em tudo isso foi quando ele contou sobre como conseguiu sua vasta coleção: começou juntando consoles antigos que seus amigos iam jogar fora. Um amigo enjoava daquele Nintendão 64 abandonado, aquele Mega Drive empoeirado, dizia que ia jogar fora e, com visão de futuro, ele pedia esses videogames para si e ia juntando. Acabou criando uma coleção interessantíssima!

O fato é que, se em 2000, geralmente, desprezávamos os consoles dos anos 1990 e 1980 por acharmos eles antigos e limitados, hoje, tais produtos viraram quase artigos de luxo. Agora Mega Drive, Master System e Super Nintendo não se resumem apenas a uma cultura hype e retrô – apesar do citado museu, as pessoas atualmente procuram por tais consoles para realmente se divertirem. E as novas gerações, principalmente aqueles que nasceram de 1998 pra cá, ao contrário do que se imaginava anteriormente, não discriminam os videogames velhinhos, e também sentem prazer em jogá-los.

Existe sim um relançamento do Master System, da Sega, que fez possível que encontrássemos tal console novinho em folha a menos de R$ 300 nas lojas. Ele, porém, não te dá opções, pois não tem espaço para cartucho, sendo possível jogar apenas os jogos que vêm na memória – razoavelmente justo, já que não foram relançados os cartuchos de seus jogos, e tudo ficaria em poder do piratão. Alheio a isso, outro mercado está aquecido – o dos consoles que eram realmente daquela época, e que podem ser encontrados novinhos em folha. Eles são resquícios de lojas de videogame que fecharam nos anos 1990, com consoles, cartuchos e tudo mais no estoque (ou seja, se você procurar bem, poderá encontrar Super Nintendos ainda na caixa lacrada).

Isso já foi the maximun of modernoso!!

Não sendo esse o caso, mesmo que você tenha um videogame usado, daquela época mesmo, já serve pra fazer aquela reunião massa com a GALERË. Entenda como as coisas mudaram: se em 2002 você convidava seus amigos pra jogar videogame e dizia, por exemplo, “eu tenho um Mega Drive”, diriam “credo, que velharia”. Hoje, se você convida os amigos pra uma tarde de Mega Drive, eles irão com prazer, ávidos pelo reencontro com o clássico console.

Aonde quero chegar? Quero apenas lembrar que seu Wii, Xbox 360 ou PlayStation 3 com certeza será visto como uma velharia daqui a 8 anos. Mas espere uns 15 pra ver como ele, provavelmente, estará valorizado.

 William é publicitário, roteirista, ator em formação e Sonicmaníaco. Curte  jogos de plataforma, mas não dispensa um GTA ou Mario Kart.