O tempo em que todo mundo queria ser Mario
O apreço pela vanguarda e inovação entre os
games é algo muito relativo. A série GTA, por exemplo, com toda a sua
polêmica, serviu de inspiração para vários outros games que vieram depois de
seu advento (inclusive, uma vez joguei um “Godfather” que era parecidÃssimo, e
quem discorda de mim pode apedrejar). Não poderia ser diferente com jogos de
plataforma.
Depois da consagração do Super Mario, lá no
começo da década de 1990, várias empresas viram nos videogames uma janela para
produtos licenciados que ainda era inédita. Quanto a isso, me refiro
principalmente às produtoras de desenhos animados, como a Disney, por exemplo.
Dessa maneira, elas pegaram seus personagens de TV famosos e criaram vários
jogos que, se você fosse analisar bem, não passavam de releituras de Super
Mario.
No jogo do Pernalonga, a cenoura fazia um
papel semelhante à s moedinhas. No jogo de Tico & Teco, um sÃmbolo
escondido em caixas de madeira fazia exatamente o mesmo papel das moedinhas –
inclusive, juntar 100 gerava uma nova vida. A indústria de games não estava
necessariamente errada por agir assim, afinal, nada mais garantido do que usar
uma fórmula que já vem dado certo – e isso é muito utilizado na música, não é
mesmo? O fato é que tentar ser Mario não dá mais certo, e percebemos isso ao
ver que Tico & Teco, Os Simpsons e o escambau, não deram
origem a nenhum novo game recentemente – embora o caso do jogo dos Simpsons
mereça ser comentado melhor noutra oportunidade.
O game de Tico & Teco (Chip'n Dale 2 - Rescue Rangers). Apesar das semelhanças com Mario, era beeeem divertido. |
É claro que Sonic The Hedgehog, também
teve uma inegável base nos jogos de Mario, mas não chegou a ser uma cópia.
Afinal, se a Nintendo, com o Mario, criou um personagem simpático, a Sega, com
o Sonic, criou um personagem sagaz. Os rings de Sonic também são muito
semelhantes às moedinhas de Mario, mas também funcionam num esquema diferente.
Além disso, a velocidade impressa em Sonic nunca foi o objetivo de Mario.
Apesar disso, as produtoras preferiram fazer seus games no “Modelo Mario”,
genuÃno, ao invés do “Modelo Sonic”, meio modificado.
Atualmente, várias são as produtoras que apostam
em dinâmicas completamente diferentes do Mario para seus jogos de plataforma, e
isso tem dado resultados interessantes. A série DeBlob, da THQ, pôs na
roda uma simpática gota (isso mesmo, gota), que absorve cores de lagos de tinta
e as vai usando para recuperar o colorido de seu mundo acinzentado. Não há
moedas nem coisas semelhantes, e não há chefões ao fim de boa parte das fases
(como explicado em “5 clichês dos jogos de plataforma”). Kirby's Epic
Yarn também apresentou diferenças com suas “moedinhas” que, no caso, eram
uns brilhantes, parecidos com lantejoulas, embora o referido jogo tenha
revogado uma habilidade comum a Kirby, que é a sucção de inimigos.
O mais importante, no entanto, é que as
produtoras de games estão, cada vez mais, investindo em novas ideias, pelo
menos quando o assunto é o lançamento de uma nova franquia. Em relação Ã
manutenção de velhas franquias, as coisas não têm sido bem assim, já que há
cada vez mais remakes de games (a ser discutido em artigo futuro). Mas no caso
do jogador de videogame, inovações são o afrodisÃaco.
O tempo em que todo mundo queria ser Mario
Reviewed by Mestre Risada Forçada®
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4.11.12
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