“Detona Ralph” é uma celebração à cultura gamer
Ralph
é um vilão de jogo arcade (fliperama) da década de 1980 que, cansado da falta de consideração dos outros personagens, um dia decide
deixar de ser vilão – qualquer semelhança com a história “de vida” do Donkey
Kong é mera coincidência. Dessa forma, ele escapa pelo cabo do arcade onde
mora, e sai por aí em busca de um sentido para sua vida.
Esse é o enredo principal de “Detona
Ralph” (Wreck-It Ralph), filme da Disney que estreou no fim de 2012 nos Estados Unidos e na
Europa e no começo de 2013 aqui no Brasil. Com esse longa, a Disney fez uma
grande celebração aos games, além de mostrar que aprendeu direitinho a lição.
Afinal de contas, é comum que a gente veja, nos filmes, novelas e seriados
mundo afora, personagens jogando jogos de videogame fictícios, que nada têm a
ver com um jogo de verdade.
A Disney foi bem além disso: criou uma
versão oitentista do personagem Ralph que é muito crível, e tem todas aquelas
características de jogo a 32 bits. Da mesma forma, criou o personagem em 3D de
maneira tal que parece mesmo ser um parente próximo do Mario ou do Sonic – este
último, afinal, é um personagem que aparece bastante no filme.
Ralph ataca de |
Eis outro mérito: a mistura do real com o
fictício (embora Ralph realmente tenha se tornado personagem de videogame, mas
isso é outra história). O público já viu muita mistura de cantores fictícios
com cantores reais em novelas, tal como o recente caso das empreguetes, e em filmes,
tal como Be Cool, o outro nome do Jogo, em que Steven Tyler fica aparecendo um
tempão interpretando ele mesmo – em sequências um pouco insólitas que,
pessoalmente, não gostei muito não. No caso de Ralph, ele decide ir a uma
espécie de reunião de vilões de videogame – uma roda de discussões, tipo
“alcoólicos anônimos”, frequentada por figuras tarimbadas como Bowser, Eggman, Blanka do Street Fighter e
os fantasmas do Pac Man. É ali que Ralph inicia seu ensejo por não ser mais vilão
– filão psicológico que alicerça o filme.
O filme é tão realista em cultura gamer,
que Ralph tem até uma breve passagem pelo universo dos games de tiro em
primeira pessoa. O mocinho do jogo "Conserta Félix", do qual Ralph é vilão, como já é de se imaginar, chega a ser um tanto irritante em algum momento - esperado, já que a tendência de gostar mais do vilão é uma tônica bem usual nos dias de hoje - mas nada que tire o mérito de todo o universo criado na história. Enfim, uma ótima pedida pra quem gosta de filmes de animação e
cultura gamer, em especial, os jogos de plataforma. YOU CAN FIX IT!!
Da ficção pro mundo dos games real
Como esperado, a Disney lançou versões jogáveis de "Detona Ralph". Primeiramente, versões para Smartphone. Versões para Wii e Nintendo DS e Nintendo 3D também já estão disponíveis. Quanto a outros consoles, é bem difícil, já que a Disney já demonstrou, historicamente, sua preferência pela Nintendo (eles têm contrato de exclusividade ou algo assim? Quem souber, escreve aí nos comentários...).
Como não é boba nem nada, a Disney também pôs um fliperama de verdade pra galerë jogar Ralph na E3 de 2012, como estratégia de marketing.
Posters
William é publicitário, roteirista, ator em formação e Sonicmaníaco. Curte jogos de plataforma, mas não dispensa um GTA ou Mario Kart.
“Detona Ralph” é uma celebração à cultura gamer
Reviewed by Mestre Risada Forçada®
on
13.1.13
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