[TopoDestaque][txmag]

De Pac Man a Looney Tunes, todo mundo quer seu Dash!

Ninguém é louco de afirmar que um celular ou um tablet podem gerar experiências de jogo semelhantes à de um console para a TV, e a questão dos controles está entre um dos fatores determinantes para isso.

O touchscreen é uma tecnologia bonita, que chegava a causar certa comoção quando era menos acessível. Mas através dele, algumas coisas comuns em jogos de console como combos (ou seja, golpes ou poderes especiais que precisam de uma sequência determinada de botões diferentes para serem executados) ficaram mais difíceis, sendo praticamente inutilizados nos jogos para Windows Phone, iOS e Android

Os jogos do estilo que passou a ser conhecido como “dash” – termo inglês com vários significados, entre eles “correr” – souberam contornar bem essa aparente carência dos tablets e smartphones. São jogos que usualmente também entram na classificação de “plataforma”, já que o personagem tem que fazer um percurso se desviando de obstáculos, penhascos e afins.

Um dos primeiros a fazer sucesso foi o Temple Run, mas atualmente os maiores expoentes são Subway Surfers e Minion Rush que terminaram 2014 entre os 5 mais jogados no Brasil segundo a Google Play. Mas novos títulos têm aparecido quase toda semana nas lojas de aplicativos.

Détis óu, fólx!
Entre as características mais marcantes dos jogos dash, estão:

1. Há um personagem principal que corre desesperadamente e alheio ao controle do jogador! Você toca para que ele pule, abaixe, vá pra esquerda ou para a direita. Algumas vezes, consegue movimentos especiais como breves turbos ou breves voos. Mas fazê-lo parar de correr, por exemplo, você não pode.

2. Você não tem várias “vidas”, como comumente acontece nos jogos de plataforma tradicionais. Se o personagem fracassar, ou você recomeça o jogo ou fase, ou precisará comprar o direito de continuar do ponto em que parou.


Subway Surfers dá sentido à frase "cê tá correndo da polícia?"
3. Geralmente, as comprar de itens são feitas a partir de 2 moedas diferentes. Uma, mais fácil de conseguir, apenas exige que você jogue o jogo e as acumule. Outra moeda é mais difícil de conseguir e, geralmente, a obtenção de novas chances de jogo estão atreladas a essa segunda classe de moedas. Uma forma alternativa de obtê-las é comprando com dinheiro de verdade. Além das propagandas, é dessa venda de moedas do jogo que vem a receita de muitas produtoras.

4. Comumente, a desculpa para que o personagem esteja correndo daquele jeito é que há algum inimigo o perseguindo. Esse inimigo pode ser visto sempre que o personagem jogável tropeça. Em Subway Surfers, o personagem é um grafiteiro e quem o persegue pelos trilhos é um policial. Em Temple Run quem corre atrás do explorador é um monstro cabuloso da floresta. Em Looney Tunes Dash, lançado no final de 2014, os personagens jogáveis e perseguidores mudam a cada 15 desafios cumpridos – Hortelino Trocaletra persegue Pernalonga, Will E. Coyote persegue o Papa Léguas e Frajola persegue Piu-Piu, como sempre ocorreu nos desenhos animados. No Jogo do Cascão, um dos raros jogos dash em 2D, o personagem de Maurício de Sousa é perseguido pela chuva.

Monstrão de Temple Run inspira pesadelos - SIM ou CLARO?
5. Muitos títulos como Subway Surfers e a série Temple Run não têm divisão por “fases”. Você simplesmente joga até que seu personagem se estabaque em algum obstáculo e o jogo termine. Pode haver desafios como capturar letras de uma palavra ou encontrar itens especiais, mas você jamais chegará a um “ponto X”, um objetivo que o levará a novos cenários com novos desafios.

Os jogos “dash” fazem sucesso nos tablets e celulares provavelmente por não exigirem de seu jogador nem muita atenção nem muito esforço. São ótimos para desenvolver o raciocínio rápido, mas pobres em estratégia. Por isso, podem ser jogados enquanto se espera alguém chegar ou uma torta assar no forno. Talvez pela simplicidade sejam tão viciantes.

Vez ou outra, os dashes ganham nuances aprimoradas. Em Sonic Dash, por exemplo, a característica de correr desenfreadamente nunca foi tão bem utilizada. O enfrentamento de chefões e aqueles pulos seguidos que geram gritos de “Good! Great! Awesome! Outstanding! Amazing!” também foram bem adaptados à realidade dos aparelhos com touchscreen.

Pac Man Dash foi claramente feito pela Bandai para criar uma ponte com o jogo Pac Man and The Ghostly Adventures, que é multiconsole e, para a felicidade da Bandai, já chegou a seu segundo volume, e a série de animação homônima (que atualmente passa no canal Gloob). O projeto grandioso ganhou o nome de “Pac is Back”, e nele se percebe que a função do “dash” foi deixar aquele gostinho de quero mais nos novos e antigos fãs de Pac Man. Nem por isso o jogo não deixa de ter seus atrativos: sua visão é lateral, há mudanças de cenário e power-ups bastante interessantes.

Comer comê-er, comer comê-er
É o melhor pra franquia cresceeeeer ♫
Fica claro, então, que os jogos “dash” são uma tendência. Se tal tendência está em ascenção ou queda, só o tempo poderá dizer. Se for para falar em “queda”, é interessante lembrar a Zynga, que fez muito sucesso com seus jogos de plantação para redes sociais como o FarmVille e CityVille. Eles não sumiram, mas não são mais tendência. A mesma Zynga, agora, produziu o Looney Tunes Dash. Isso é o que eu chamo de “correr atrás do prejuízo”!
De Pac Man a Looney Tunes, todo mundo quer seu Dash! De Pac Man a Looney Tunes, todo mundo quer seu Dash! Reviewed by Enki Jr. on 27.12.14 Rating: 5

Nenhum comentário