"Magic Rampage" é resposta para quem ainda espera o pior dos jogos brasileiros
Quando um país se
torna o 4º maior mercado mundial de alguma coisa, pode se esperar
que ele não assumirá mais um papel passivo em relação a tal
mercado. No caso, estamos falando do mercado de jogos eletrônicos. O
Brasil galgou esse 4o lugar em 2012, apesar de
quase tudo estar contra nós. Boa parte da mídia física é
importada. Impostos nas alturas e, consequentemente, preços
exorbitantes, favorecem o brasileiro a consumir mais os jogos online
pela web ou em dispositivos móveis. Bem ou mal, o brasileiro tem se
tornado consumidor fiel desse produto desde a década de 1980. Games
brasileiros também existem desde aquela década, mas o consumidor se
acostumou a olhá-los com descrédito e certo complexo de vira-latas.
Sem dar atenção
a toda a maré contrária, muitos estúdios têm feito produtos de
grande qualidade no Brasil. Para a Asantee Games, um dos
(muito) poucos estúdios brasileiros a desbravar o console indie
Ouya, o grande divisor de águas parece ter sido o jogo Magic
Portals, um jogo de aventura/plataforma com pegada medieval
atrelada à temática de portais dimensionais, que fez certo sucesso
entre os usuários de dispositivos móveis.
O próximo passo
foi o lançamento de Magic Rampage, uma espécie de
continuação com leve alteração temática. Se, no primeiro, o
protagonista era um mago, dessa vez é um aventureiro que, dentre
outras coisas, precisa enfrentar múmias e zumbis – e quem não
gosta de jogos com zumbis hoje em dia, não é?
"O Portals é um puzzler bem simples baseado na mecânica de portais já bem conhecida após o Portal (Valve), adaptado para o estilo plataforma e telas touch. Já o Rampage é principalmente um game de ação,
que por trazer vários elementos de Action-RPGs, acabou sendo um projeto
bem maior. Quando digo 'maior', quero dizer que deu muito mais trabalho
que o anterior.", afirmou André Santee, desenvolvedor, no site Conversa de Sofá.
Aproveitando o
know-how em Android, a Asantee levou, em dezembro de 2014, o
Magic Rampage também para o Ouya, como já dito anteriormente. Ali,
o merecido sucesso se repetiu! Atualmente em 13o lugar
entre os mais baixados (num universo de, atualmente, 1042 jogos e
emuladores), Magic Portals já esteve no 10o lugar, a
frente de muitos títulos badalados como Doom. Nem vale apelar
para o argumento da “camaradagem tupiniquim”. Primeiro, porque,
me repetindo mais uma vez, o brasileiro é o primeiro a olhar com
desconfiança para o jogo nacional. Segundo, porque comprar um Ouya
no Brasil não é das tarefas mais fáceis. Lojas de grande porte não
o vendem, só restando importações ou o Mercado Livre.
Ou seja, um jogo
bom é simplesmente bom, não interessa a nacionalidade. Coisa que o
público estrangeiro já compreendeu. Em outras palavras, Magic
Rampage tem ganhado destaque simplesmente porque é f*d@!
Não há segredo para jogar Magic
Rampage, e sua dinâmica é de RPG – ou seja, coleção de itens,
armas, escudos, vidas, etc. Um dos aspectos mais camaradas de MR, na
minha opinião, é no que diz respeito ao ouro, necessário para
reviver o personagem caso ele morra (claro, imbecil, quem precisaria
reviver um personagem já vivo?). Havendo atenção para pegar todo o
ouro que encontrar pela frente, você dificilmente ficará sem jogar,
já que novas vidas não costumam ser caras e o ouro é abundante.
Imagens: Divulgação e Ouya.TV
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William é publicitário, ator, já fez roteiros pra rádio e ama Sonic. Curte jogos de plataforma, mas não dispensa um GTA ou Mario Kart. No mundo literário, também atende por Enki Jr.
"Magic Rampage" é resposta para quem ainda espera o pior dos jogos brasileiros
Reviewed by Enki Jr.
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8.1.15
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