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Game Retrô #7: Doki Doki Panic

Quando, em 1987, a Fuji Television do Japão decidiu promover um evento em que apresentaria shows inéditos e outras atrações, ela tinha várias opções de promoção. Podia montar um stand no metrô, pôr anúncio no jornal, ou colocar um monte de artistas cantarolando uma musiquinha marota (tipo aquela "não tem pra ninguém, a Globo 90 é nota 100... ♪ ")

Mas ela preferiu um jogo de videogame, tecnologia em ascensão na época, apesar da crise de 1983. E quem produziu o game? Dona Nintendo, é claro, na pessoa do lendário Shigeru Miyamoto.

Yume Kōjō
(ou Yume Koujou): Doki Doki Panic chegou às lojas japonesas em julho de 1987, e rodava em NES (conhecido no país como Famicom). No jogo, quatro mascotes do Yume Kōjō '87 (Papa, Mama, Imajin e Lina) embarcavam numa aventura dentro de um livro de temática árabe, com direito a tapete voador e gênio da lâmpada.

Toma cebolada!


O evento passou, o jogo foi um sucesso, e aí a Big N teve uma ideia bem malandrinha. "E se trocássemos uns sprites aqui, outros ali e transformássemos isso num jogo de Super Mario?".

Nada impedia a ideia. Tirando os tais 4 mascotes, que eram propriedade da Fuji Television, todo o resto pertencia à Nintendo. Considerando o sucesso de Super Mario Bros. (1985), a ideia foi levada a diante.

Não há espada que evite coelhada.
Trocar sprites e lançar o mesmo jogo em outro país com outros personagens era algo comum na época. No Brasil, o caso mais famoso foi o de Wonder Boy III: The Dragon's Trap (1989) que foi adaptado para um jogo da Turma da Mônica. Esse verdinho de espada e escudo, à esquerda da figura, é o Cebolinha!!!

Assim, em outubro de 1988, Super Mario Bros. 2 chegava às lojas dos Estados Unidos, e era praticamente o mesmo jogo apresentado no Japão como Yume Kōjō: Doki Doki Panic. Pouca coisa fora mudada no cenário, das quais se destacam as plantas estáticas que na "versão Mario" passaram a se mover.

Houve também uma pequena mudança na história. No Doki Doki Panic, o jogo encerrava com os mascotes saindo do livro, enquanto que em Super Mario 2 o encanador simplesmente acordava de um sonho.

Um dos maiores legados de Doki Doki Panic são os personagens secundários, antagonistas aos mascotes. Shy Guys, Birdos e Pokeys, entre vários outros, tiveram sua primeira aparição no jogo feito para a Fuji TV, e depois passaram a integrar o universo de Super Mario. Também os blocos POW apareceram primeiro nesse jogo.



Curiosidade: Super Mario Bros. 2 também foi o último jogo da série principal a ter a Princesa Peach jogável, até o lançamento de Super Mario 3D World em 2013.
Game Retrô #7: Doki Doki Panic Game Retrô #7: Doki Doki Panic Reviewed by Enki Jr. on 15.1.15 Rating: 5

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