Entrevista com Robin Rath, CEO do Pixel Press

Criar um jogo de video game a partir de desenhos feitos numa simples folha de papel. Essa é a ideia que sustenta o Pixel Press, projeto de tecnologia que ganhou certa notoriedade em 2014 no Kickstarter, a plataforma para financiamento coletivo (crowdfunding) mais popular da internet mundial. A ideia brilhante acabou sendo usada em Adventure Time: Game Wizard, um jogo de plataforma baseado no famoso desenho Hora de Aventura, da Cartoon Network, em que o próprio jogador desenha as fases.

Foto: ProjectPixelPress.com / Divulgação
A mágica acontece assim: você imprime uma folha com o modelo disponibilizado no site (ou compra um bloquinho pronto), desenha a disposição dos elementos, fotografa e escaneia através do aplicativo Floors, e pronto: está criada a fase do jogo!

Recentemente, outro projeto da mesma equipe ganhou troféu de reconhecimento na Feira de Brinquedos de Nova York. Trata-se do Bloxels, que usa dinâmica semelhante ao Pixel Press, mas usa cubos coloridos.

Bastante solícito e acessível, o CEO e fundador do Pixel Press, Robin Rath (foto), tirou um tempinho de sua agenda e deu uma breve entrevista por e-mail para o Game Lover.org, algum tempo  antes do Bloxels ganhar o referido troféu.


GAME LOVER: O projeto Pixel Press ganhou notoriedade em uma campanha no Kickstarter, mas o que aconteceu antes? Qual foi a primeira inspiração?

Robin Rath: Nós crescemos sonhando em um dia criar nossos próprios videogames, mas muitas vezes, isto começou e parou com as ideias que desenhamos no papel. Esse sonho foi a inspiração para o Pixel Press, e, finalmente, fazer a criação de jogos acessível a qualquer pessoa está por trás de tudo o que fazemos.

Disseram que não daria certo?

Claro, parece mágico quando você ouve sobre isso pela primeira vez, mas uma vez que você compreende os detalhes por trás disso, passa a fazer sentido e essa que é parte da coisa legal também - como ninguém fez isso antes?

Nós costumamos ver fotos de crianças usando o Pixel Press/Floors, e isso é bom. Mas isso quer dizer que é só para crianças?

A captura a partir do aplicativo Floors.

Certamente que não, mas em muitos casos trata-se de adultos que trabalham com crianças, ou de adultos construindo para as crianças, por isso gostaria de capturar essa emoção. Como as nossas ferramentas expandem tanto para os criadores como para jogadores, vamos ampliar especificamente para quem nós construimos as experiências.

O Pixel Press é uma nova possibilidade para os produtores de jogos ou apenas um aplicativo feito para usuários comuns?

Nós vamos continuar a focar os usuários comuns como o nosso alvo final, mas estamos criando ferramentas para produtores de jogos, para oferecer as mesmas ferramentas de criação acessíveis dentro de seus próprios games.

Será possível fazer um jogo usando Pixel Press e, em seguida, enviá-lo para lojas de aplicativos?

Possivelmente, mas muito provavelmente através de ferramentas de desenvolvimento mais fortes ​​que permitam que a tecnologia criativa do Pixel Press possa ser adicionada a novos jogos. Ou seja, permitindo que o usuário de todo dia gere rendimentos em jogos que eles criam é parte da experiência e espero que cheguemos lá.

Qual foi sua maior alegria até agora?

Trabalhamos com crianças quase que semanalmente, é muito divertido e estamos sempre espantados com a rapidez com que eles aprendem.

Depois do jogo de Hora de Aventura, o que podemos esperar do projeto Pixel Press?

Nós recentemente anunciamos nosso próximo grande projeto: Bloxels. Conheça mais em BloxelsBuilder.com.


Para conferir essa entrevista em inglês, clique aqui. Abaixo, assista ao trailler do Pixel Press Floors.



Entrevista com Robin Rath, CEO do Pixel Press Entrevista com Robin Rath, CEO do Pixel Press Reviewed by Enki Jr. on 7.3.15 Rating: 5

Um comentário

  1. é o tipo de tecnologia que se faz necessário pra inovar o mundo dos jogos. Claro que ainda é muito recente e o software aparentemente transcreve uma imagem para um jogo 2D, Ainda existe um caminho a ser trilhado até chegar em algo mais sofisticado, e que realmente atraia a atenção de gamers obcecados por uma realidade virtual. Mas até poucos anos atrás eu mesmo brincava com meu Dynavision IV na TV da sala e hoje eu posso mergulhar em mundos surreais aqui mesmo no meu PC.
    Pessoalmente o que me faz falta em muitos games é a capacidade de explorar mais a capacidade que o jogo possui, hoje em dia os games são muito lineares, e mesmo sendo muitos bons, não é muito atrativo jogar novamente, diferente daqueles estilo "tanque de areia" como famosos skyrim ou Draksouls, onde o mundo está la pra ser explorado. Eu pelo menos sou um grande fã de games que acompanham programas para edição e construção de cenários, afinal é uma forma de aproveitar muito mais a capacidade que o jogo proporciona. O problema é que alguns editores são dificeis de compreender e de manusear. Seria um sonho desenhar com um lápis e papel um cenário de Star Wars, tirar uma foto e simplesmente aguardar alguns minutos para o arquivo tornar-se "jogável".... é um mundo completamente novo e verdadeiramente surreal.

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