Game RetrĂ´ #9 - Hotel Mario
A penĂşltima postagem da sessĂŁo Game RetrĂ´ foi sobre um jogo feito pela
Nintendo sob encomenda para uma emissora de TV do JapĂŁo, logo depois
convertido na marra em um jogo de Mario, para o mercado externo. Hoje
falaremos dele que, simplesmente, entrou para a histĂłria como Ăşnico jogo
de Super Mario nĂŁo criado ou publicado pela Nintendo: Hotel Mario.
Para entender o jogo Ă© preciso entender o cenário comercial por trás de tudo. EntĂŁo vamos lá: No finalzinho dos anos 1980, a Sony colaborou com a Nintendo "nuns projetos aĂ", como diriam subcelebridades do TV Fama. Resumidamente, a Nintendo e a Sony nĂŁo entraram em acordo sobre o projeto de um tal de PlayStation (que, naquele momento, nĂŁo era ninguĂ©m na fila do pĂŁo) e entĂŁo a Nintendo foi tentar a sorte nessa histĂłria de CD-ROM com uma companhia ocidental: a Philips.
Na verdade, essas questões de "migrar para CD ou permanecer no cartucho?" tambĂ©m tiravam o sono da Sega naquela mesma Ă©poca, mas nem Ă© esse o assunto. De qualquer forma, recomendo muito que vocĂŞ procure saber mais sobre o mercado gamer de meados da dĂ©cada de 1990. A Console Wars de entĂŁo Ă© um tema riquĂssimo!
Resumidamente, a Nintendo encontrou na Phillips sua grande parceira para essa empreitada. Se realmente tivesse dado certo, talvez a Sony jamais tivesse obtido tanto sucesso com seu PlayStation, lançado em 1994. Mas, adivinha...
As duas empresas também entraram em desacordo, e não lançaram console juntas no fim das contas. Nintendo, a namorada temperamental, viria a lançar algum tempo depois, o seu SNES (ou Super Nintendo pros chegados), só se rendendo ao CD bem mais tarde, com o Nintendo GameCube de 2001.
Mas vamos voltar Ă Philips. Ela e a Nintendo terminaram o namoro, certo? Certo. Começou aĂ um dos episĂłdios mais bizarros da linha do tempo dos jogos digitais. A Philips decidiu tocar o projeto em diante, e acabou lançando o console-hĂbrido Philips CD-i em 1991, um ano apĂłs a Nintendo lançar o SNES.
Tudo poderia acabar por aĂ, mas graças a umas brechas no contrato, a Philips adquiriu o direito criar jogos usando alguns personagens da Big N. E a Nintendo? Bem, teve que engolir essa histĂłria caladinha.
E foi assim que nasceu Hotel Mario, em 1994. Produzido pela Philips Fantasy Factory (sim, isso existiu), o jogo simplesmente nem tem a assinatura da Nintendo em sua abertura, de tĂŁo sombrio que Ă©.
"EntĂŁo o jogo Ă© ruim?"
Para muitos gamers sim. E ponto. Mas, analisando o jogo mais friamente, veremos que Hotel Mario não é um jogo ruim com R maiúsculo, é até legalzinho, mas decepciona porque em 1994 a Nintendo já tinha capacidade para produzir algo bem melhor do que se viu ali. O primeiro Mario Kart, por exemplo, foi lançado no ano anterior e tem fãs fiéis até hoje.
Tirando as cut scenes risĂveis, o jogo era todo em tela parada, e Mario tinha como objetivo pegar moedas e fechar as portas dos quartos. Quando fechava todas as portas, a fase estava terminada.
Mas por que ele fazia isso? Por que estava num hotel, ora. Sejamos sinceros, histĂłrias crĂveis nunca foram o forte da sĂ©rie, mas nesse jogo, a premissa do hotel existir Ă©: Bowser sequestrou a Princesa Peach e transformou parte do Reino dos Cogumelos em um conglomerado de sete hotĂ©is. É isso.
Hotel Mario tem vários incômodos estéticos. A apresentação das fases, por exemplo, mais parece a de um desenho animado dos anos 1950 do que de um jogo de Mario.
Os traços dos dois irmãos também parecem tão estranhos que não é de se estranhar que as cut scenes desse jogo estejam entre as preferidas na hora de alguém fazer redublagem de paródia no YouTube.
No ano em que Super Mario faz seu 35° aniversário, Hotel Mario é um jogo que a Nintendo certamente deseja esconder debaixo do tapete, ainda que não tenha sido ela a produzir. Mas ficou para sempre a lição de nunca mais subestimar pequenas cláusulas contratuais, aparentemente inocentes.
Imagens: Quebec Gamers / Rantgamer / Blackmoon Project / Cmais
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"Como fomos deixar isso acontecer?" |
Para entender o jogo Ă© preciso entender o cenário comercial por trás de tudo. EntĂŁo vamos lá: No finalzinho dos anos 1980, a Sony colaborou com a Nintendo "nuns projetos aĂ", como diriam subcelebridades do TV Fama. Resumidamente, a Nintendo e a Sony nĂŁo entraram em acordo sobre o projeto de um tal de PlayStation (que, naquele momento, nĂŁo era ninguĂ©m na fila do pĂŁo) e entĂŁo a Nintendo foi tentar a sorte nessa histĂłria de CD-ROM com uma companhia ocidental: a Philips.
Na verdade, essas questões de "migrar para CD ou permanecer no cartucho?" tambĂ©m tiravam o sono da Sega naquela mesma Ă©poca, mas nem Ă© esse o assunto. De qualquer forma, recomendo muito que vocĂŞ procure saber mais sobre o mercado gamer de meados da dĂ©cada de 1990. A Console Wars de entĂŁo Ă© um tema riquĂssimo!
Resumidamente, a Nintendo encontrou na Phillips sua grande parceira para essa empreitada. Se realmente tivesse dado certo, talvez a Sony jamais tivesse obtido tanto sucesso com seu PlayStation, lançado em 1994. Mas, adivinha...
As duas empresas também entraram em desacordo, e não lançaram console juntas no fim das contas. Nintendo, a namorada temperamental, viria a lançar algum tempo depois, o seu SNES (ou Super Nintendo pros chegados), só se rendendo ao CD bem mais tarde, com o Nintendo GameCube de 2001.
Mas vamos voltar Ă Philips. Ela e a Nintendo terminaram o namoro, certo? Certo. Começou aĂ um dos episĂłdios mais bizarros da linha do tempo dos jogos digitais. A Philips decidiu tocar o projeto em diante, e acabou lançando o console-hĂbrido Philips CD-i em 1991, um ano apĂłs a Nintendo lançar o SNES.
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Sentiu desânimo só de olhar? Eu senti. |
Tudo poderia acabar por aĂ, mas graças a umas brechas no contrato, a Philips adquiriu o direito criar jogos usando alguns personagens da Big N. E a Nintendo? Bem, teve que engolir essa histĂłria caladinha.
E foi assim que nasceu Hotel Mario, em 1994. Produzido pela Philips Fantasy Factory (sim, isso existiu), o jogo simplesmente nem tem a assinatura da Nintendo em sua abertura, de tĂŁo sombrio que Ă©.
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Welcome to the Hotel California ♫ |
"EntĂŁo o jogo Ă© ruim?"
Para muitos gamers sim. E ponto. Mas, analisando o jogo mais friamente, veremos que Hotel Mario não é um jogo ruim com R maiúsculo, é até legalzinho, mas decepciona porque em 1994 a Nintendo já tinha capacidade para produzir algo bem melhor do que se viu ali. O primeiro Mario Kart, por exemplo, foi lançado no ano anterior e tem fãs fiéis até hoje.
Tirando as cut scenes risĂveis, o jogo era todo em tela parada, e Mario tinha como objetivo pegar moedas e fechar as portas dos quartos. Quando fechava todas as portas, a fase estava terminada.
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O serviço de quarto não era dos melhores |
Mas por que ele fazia isso? Por que estava num hotel, ora. Sejamos sinceros, histĂłrias crĂveis nunca foram o forte da sĂ©rie, mas nesse jogo, a premissa do hotel existir Ă©: Bowser sequestrou a Princesa Peach e transformou parte do Reino dos Cogumelos em um conglomerado de sete hotĂ©is. É isso.
Hotel Mario tem vários incômodos estéticos. A apresentação das fases, por exemplo, mais parece a de um desenho animado dos anos 1950 do que de um jogo de Mario.
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Vai começar: ( ) um episódio de Pica-Pau (X) uma fase de Hotel Mario |
Os traços dos dois irmãos também parecem tão estranhos que não é de se estranhar que as cut scenes desse jogo estejam entre as preferidas na hora de alguém fazer redublagem de paródia no YouTube.
No ano em que Super Mario faz seu 35° aniversário, Hotel Mario é um jogo que a Nintendo certamente deseja esconder debaixo do tapete, ainda que não tenha sido ela a produzir. Mas ficou para sempre a lição de nunca mais subestimar pequenas cláusulas contratuais, aparentemente inocentes.
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"... Ă© sĂł vocĂŞ assinar esse contrato aqui..." |
Imagens: Quebec Gamers / Rantgamer / Blackmoon Project / Cmais
Game RetrĂ´ #9 - Hotel Mario
Reviewed by Enki Jr.
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29.7.15
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