Sim, existiu um concorrente de Pokémon — seu nome era Digimon — e eles estão com um novo jogo
O termo "existiu", no passado, é uma provocação, mas logo vocês entenderão o porquê. A série Digimon começou a aparecer bem aos pouquinhos, em 1997, a partir de um virtual pet — brinquedo muito comum ao Japão daquela época, que tinha o Tamagotchi como maior expoente. O primeiro game, foi lançado em 1998 pela Bandai, e a primeira temporada de anime foi ao ar em 1999.
A série Pokémon, então, já vinha trilhando seu caminho desde 1996, a partir do lançamento dos games Pokémon Red & Blue. E, veja bem, a comparação foi inevitável, óbvia e notória.
Na verdade, a coisa ia além da "comparação". Parecia evidente: Digimon era uma cópia de Pokémon! Como negar? A importância dos pokémons vinha de sua aliança com os seres humanos — a dos digimons também. Pokémons, embora "mon" venha de monster, mais pareciam uma variedade diferenciada de animais do que, propriamente, o que se conhece por monstro — digimons, também.
As maiores diferenças eram mais pontuais: todos os digimons tinham nome terminado em "mon", todos falavam — o que, do ponto de vista estratégico, poderia ser uma tentativa de aumentar a empatia entre os bichinhos e as crianças —, havia ideia de um mundo alicerçado no ambiente digital — o que poderia ser bem mais empolgante que sair a pé de estádio em estádio — e, para terminar, o sÃmbolo máximo dos digimons era o digivice, um dispositivo fictÃcio muito, mas muito parecido com os bichinhos virtuais — detalhe importantÃssimo: o Tamagotchi também era produto da Bandai, como vocês podem ver neste artigo.
Numa coisa, afinal, Digimon ganhava de lavada: o anime era muito melhor que Pokémon. A história (bem mais madura que a do concorrente da Nintendo), a trilha sonora, o capricho dos cenários, a profundidade dos personagens, a presença de vilões muito mais densos que a escrachada Equipe Rocket, tudo colocava o anime numa qualidade de produção superior que àquela experienciada pelos telespectadores de Pikachu e seus amigos.
Tirando isso, é claro, batalhas Pokémon sempre atraÃram mais para os games — e, certamente, era isso que importava — do que RPGs de Digimon.
A Bandai aceitou, e doeu menos. Em meados dos anos 2000, tÃtulos de Digimon chegaram a rodar em consoles da Nintendo. Normal. Pokémon havia perdido um pouco de sua força, Digimon havia perdido bastante de sua força.
E foi assim que Digimon entrou para a memória afetiva de muita gente entre 20 e 30 anos hoje em dia. Muitos deles, apesar da rivalidade dos anos 1990, sentem o mesmo afeto por ambas franquias.
Acontece que, independentemente disso de "perda de força", a série Pokémon nunca foi vista como carta fora do baralho. Ao ponto de, vejam só!, estarmos a menos de dez dias do aniversário de 20 anos da franquia. São 20 anos de tÃtulos de sucesso de Pokémon, contra uma trajetória bastante trôpega dos monstrinhos rivais.
E é sob esse cenário que a Bandai acaba de lançar Digimon Story: Cyber Sleuth, que vem para Playstation 4 e PS Vita ao mesmo tempo em que uma nova temporada do anime. A julgar pelo trailer, o jogo parece ótimo. Mas tem grande chance de eclipsar diante de Pokémon Go, um dos jogos mais esperados de 2016. Pelo menos é a conclusão que se pode chegar se julgar pela antiga rivalidade.
Mas parece que ela não existe mais. Digimon se tornou uma franquia que nem é isso tudo, nem tão pouco assim. É esperado que a Bandai não a ignore. Mas, dificilmente, chegará muito além do que já é.
Como um RPG clássico, o jogo tem alguns chamarizes como as batalhas e treinamento de digimons. A exemplo dos tradicionais virtual pets, o jogador também deverá alimentar os monstrinhos (o que não parece ser enfadonho). O grande acerto do jogo está em sua riqueza gráfica. CrÃticas e zoeiras a parte, vale a pena para quem é fã.
Com imagens de divulgação e Wikimon.
MetalGreymon em Digimon Story: Cyber Sleuth. Já já falamos mais disso... |
A série Pokémon, então, já vinha trilhando seu caminho desde 1996, a partir do lançamento dos games Pokémon Red & Blue. E, veja bem, a comparação foi inevitável, óbvia e notória.
Na verdade, a coisa ia além da "comparação". Parecia evidente: Digimon era uma cópia de Pokémon! Como negar? A importância dos pokémons vinha de sua aliança com os seres humanos — a dos digimons também. Pokémons, embora "mon" venha de monster, mais pareciam uma variedade diferenciada de animais do que, propriamente, o que se conhece por monstro — digimons, também.
As maiores diferenças eram mais pontuais: todos os digimons tinham nome terminado em "mon", todos falavam — o que, do ponto de vista estratégico, poderia ser uma tentativa de aumentar a empatia entre os bichinhos e as crianças —, havia ideia de um mundo alicerçado no ambiente digital — o que poderia ser bem mais empolgante que sair a pé de estádio em estádio — e, para terminar, o sÃmbolo máximo dos digimons era o digivice, um dispositivo fictÃcio muito, mas muito parecido com os bichinhos virtuais — detalhe importantÃssimo: o Tamagotchi também era produto da Bandai, como vocês podem ver neste artigo.
Primeiro modelo de Digivice, como visto no anime de 1999. |
Virtual pet de Digimon, tendo um agumon como personagem jogável. |
Tirando isso, é claro, batalhas Pokémon sempre atraÃram mais para os games — e, certamente, era isso que importava — do que RPGs de Digimon.
A Bandai aceitou, e doeu menos. Em meados dos anos 2000, tÃtulos de Digimon chegaram a rodar em consoles da Nintendo. Normal. Pokémon havia perdido um pouco de sua força, Digimon havia perdido bastante de sua força.
E foi assim que Digimon entrou para a memória afetiva de muita gente entre 20 e 30 anos hoje em dia. Muitos deles, apesar da rivalidade dos anos 1990, sentem o mesmo afeto por ambas franquias.
Acontece que, independentemente disso de "perda de força", a série Pokémon nunca foi vista como carta fora do baralho. Ao ponto de, vejam só!, estarmos a menos de dez dias do aniversário de 20 anos da franquia. São 20 anos de tÃtulos de sucesso de Pokémon, contra uma trajetória bastante trôpega dos monstrinhos rivais.
E é sob esse cenário que a Bandai acaba de lançar Digimon Story: Cyber Sleuth, que vem para Playstation 4 e PS Vita ao mesmo tempo em que uma nova temporada do anime. A julgar pelo trailer, o jogo parece ótimo. Mas tem grande chance de eclipsar diante de Pokémon Go, um dos jogos mais esperados de 2016. Pelo menos é a conclusão que se pode chegar se julgar pela antiga rivalidade.
Tailmon em Digimon Story: Cyber Sleuth |
Como um RPG clássico, o jogo tem alguns chamarizes como as batalhas e treinamento de digimons. A exemplo dos tradicionais virtual pets, o jogador também deverá alimentar os monstrinhos (o que não parece ser enfadonho). O grande acerto do jogo está em sua riqueza gráfica. CrÃticas e zoeiras a parte, vale a pena para quem é fã.
Com imagens de divulgação e Wikimon.
Sim, existiu um concorrente de Pokémon — seu nome era Digimon — e eles estão com um novo jogo
Reviewed by Enki Jr.
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18.2.16
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